sábado, março 05, 2005

Saudações.

Bom dia, boa tarde, boa noite. Seja bem vindo(a) a mais este antro de displicencia renitente emaranhado neste turbilhão chamado internet; fecundaria do caos e da falta de escrúpulos. Sou, apenas, mais um diligente operário de toda esta solícita expressão de desatino. Obrigado pela atenção.

E isto vai para ela, que me fez sentir, um dia:

A minha doce indiazinha

Todos os dias eu acordo sempre igual,
Envelheço no espelho com minhas vãs preocupações,
O telhado parece chamuscado por centelhas de meus pensamentos,
Que só servem para chamuscar o telhado de centelhas rebarbativas.

Os homens clamam por tolerância, conquanto se regozijem com o pranto,
As chamas gratuitas de sua metralhadora, agora ofende minhas pupilas faiscantes.
Preciso dizer: eu não sei morrer, ainda não tenho preparo,
E você responde, somente, que não sabe o que responder.

A doce menina não mais voltará, para meigos contos me ninar.
Eu sinto falta dos dias chuvosos de verão, e dos filmes enfadonhos que você, amorosamente, me obrigava a absorver.
Sinto falta de teus lábios carnudos sabor mel-com-amor.
Sinto muito a ausência de tua voz choramingosa ao telefone, me pedindo mais uma vez para voltar, de meus delírios noturnos e expansivos.

Tudo se foi, deveras, assim o quis, o pai dos deuses.
Apesar de que tudo flui, incessantemente, meu estado dormente não se esvai.
As gotas do orvalho da manhã de primavera, agora, me comovem tanto quanto a morte cruel de uma libélula esvoaçante.
Eu preciso de fogo, você tem?
Para controlar o incêndio desmedido que assalta meu punho fechado banhado em liquido rubro, chamado coração – que seja dito de passagem.

Ainda sonho, a surpresa ainda existe, a vida, ainda, não acabou.
Algum dia, talvez, poderei partilhar novamente contigo,
E assim não mais hesitarei em colorir seus mais lindos sonhos,
Que sempre clamaram por meu toque indecente, abjeto e indigno,
De tocar sonhos tão belos como os seus, minha doce indiazinha.