sexta-feira, junho 10, 2005

Germens pululantes.

Uma luz cintilante atravessa o quarto de Diógenes, que pula assustado. Pequenos germens começam a pulular dentro do feixe. Os germens crescem rapidamente. Diógenes somente observa. Tenta ser frio. Manter o controle. Mas não dá. Os germens começam a puxa-lo, como quem quer indicar um caminho. Diógenes se sente à vontade. Cede. Segue a seqüência deles. abrem uma porta atrás das cortinas. Diógenes se assusta. Nunca tinha aberto as cortinas para ver a janela. E agora, aqueles germens saídos da surdina abriam-lhe as cortinas. Há muita luz, é o início do raio intenso. Diógenes tapa os olhos. Tenta enxergar. Não consegue. Os germens se fazem numerosos. Diógenes não se assusta. Esconde o entusiasmo. Tenta ser frio. Consegue. Os germens são pequenos. Seres em forma de couve-flor, porém marrons, pequenos, germinantes.

Dentro do mundo do feixe luminoso, germens brotam do chão. Outros urdem roupas de lã. Alguns esperneiam como que tresloucados. Diógenes permanece em sua atitude inerte. Só estuda o ambiente, os seres marrons. Sente um comichão no estômago. Quer leite. Leite. Leite. Pede, mas o que pronuncia é um idioma ininteligível. Os germens também parecem não compreender. Diógenes começa a se desesperar. Grita. Clama. Pede. Chora. Quer leite! Os germens param suas atividades. Pegam na mão de Diógenes, todos se amontoam em torno dele e o mergulham em uma caldeira. Diógenes se esquece de tudo e acorda melado.