Colcha-de-retalhos.
É só mais uma colcha-de-retalhos; uma gama infinita de influências; um misto de anseios benevolentes e resultados malogrados. Uns pedaços são purpúreos, outros rutilantes, ou rubros. A seção opaca é separada, linearmente definida, porém existe com a mesma intensidade da outra seção. As cores se mesclam de acordo com seus tons; as sensações não, essas se fazem renitentes, ariscas. A luz serve apenas para refletir o que já está impresso; o reflexo, por vezes, afugenta o olhar detalhado, cauteloso. – Bárbaro, isso é bárbaro! – exclamou o ponto azul celeste. – Não pode ficar assim louvando com clichês, precisa argumentar. – Retrucou o branco neutro. – Os argumentos faltam para esses coloridos vivos, são todos tolos embebidos em suas vaidades. – Disse agressivo o azul escuro. – Irmãos de colcha – bradou o justo cinza –, não vamos nos desentender. – Pediu complacente.
E assim viviam as cores, discutindo eternamente suas sutilezas e desejos, na colcha-de-retalhos.
E também, eu não sei o que me incomoda mais, se é viver subjetivo ou objetivamente.
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