segunda-feira, março 21, 2005

Conto Tango de Rodrigo Neves, reformulado, com licença.

Susana, ao abrir a porta, ouviu-o dizer que ainda a amava, que na verdade, por todo esse tempo, ele nunca deixara de ama-la. Ainda era cedo. Susana mal havia despachado os filhos ao colégio e o marido ao trabalho. Passaram-se anos, ele disse, até tomar a decisão de procurar Susana, mesmo sabendo da possibilidade de não ser recebido. Disse também, que sabia o mal que havia feito, justificou-se culpando os jovens, que são todos desatinados. Era uma simples manhã de dezembro, já quente, aonde o maior calor ainda viria. Em dias assim, pessoas como Susana, se sentem expostas, mesmo dentro de casa. Susana também não podia deixar um estranho entrar assim, pegaria mal, soaria estranho. Além disso, Susana ainda estava de camisola, sem escovar os dentes. Talvez ela até se lembrasse daqueles olhos escuros, daqueles lábios rosados. Mas como de manhã não se raciocina direito, houve outros olhos, outros lábios; a claridade da rua quase cegava. Susana, por fim, achou melhor fechar a porta. Escorou-se nela, olhou a casa na penumbra demoradamente, e agastou-se por terem vindo recobra-la a juventude àquela hora, justo a aquela hora, e daquele jeito.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Quanto erro de português, principalmente de concordância, blogueiro analfa.

10:26 PM  

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